domingo, 15 de maio de 2011


Equoterapia
Uma forma lúdica de vencer barreiras

    Não é novidade alguma que o convívio com animais pode gerar grandes benefícios para as pessoas. Todos aqueles que têm ou já tiveram animais de estimação sabem perfeitamente disso. Mas existem casos em que esta convivência representa muito mais. Especialmente quando se trata de crianças, o relacionamento pode traduzir-se, entre outros benefícios, na melhora da capacidade de concentração e da coordenação motora. Se falarmos de crianças e jovens com necessidades especiais, as vantagens são ainda mais visíveis.
     A prática da equoterapia - método terapêutico e educacional que utiliza o cavalo como peça fundamental para o desenvolvimento biopsicossocial de indivíduos com deficiências e/ou necessidades especiais – é um dos melhores exemplos de como a relação homem/animal é benéfica. A terapia emprega o cavalo como agente promotor de ganhos físicos, psicológicos e educacionais.
     A interação com o animal, incluindo-se aí desde o primeiro contato entre o praticante e o cavalo até a prática regular da equoterapia, desenvolve novas formas de socialização, autoconfiança e auto-estima. Como exige o emprego de todas as partes do corpo, contribui também para o desenvolvimento da força, tônus muscular, flexibilidade, relaxamento, conscientização corporal e aperfeiçoamento da coordenação motora e do equilíbrio.
     Em Itaipava, o Centro de Equoterapia de Petrópolis (CEP) - coordenado pelo psicólogo, profissional de equitação e especialista em equoterapia Fernando Domingues Sodré - atende à crianças e adolescentes portadores de deficiências e necessidades especiais, além daquelas que apresentam problemas emocionais, afetivos e sociais. O Centro conta com uma equipe composta por profissionais das áreas de saúde, equitação e educação.
     “Trabalhamos dentro de um conceito de interdisciplinalidade, pois entendemos que o envolvimento de toda a equipe na aplicação da terapia é a forma mais segura e adequada. Todos têm responsabilidades com os praticantes e com o alcance de seus objetivos”, diz Sodré. A abordagem do CEP na aplicação da equoterapia inclui as famílias dos praticantes e é voltada para a compreensão dos fatores ligados à doença e ao tratamento, assim como para a busca de maior qualidade de vida para todos os seus membros.
     “Nossa filosofia é de acolhimento, e não apenas em relação aos praticantes. Entendemos a participação da família como parte fundamental do tratamento, porque os problemas da criança especial acabam gerando uma necessidade de reestruturação deste núcleo, que é o ambiente motivador mais importante para as crianças. Por esta razão, somos muito atentos a este aspecto; procuramos sempre amenizar as ansiedades também dos familiares”, explica o psicólogo. De acordo com Cristiane Reis da Silva, fisioterapeuta da equipe do CEP, a evolução do tratamento começa a ser percebida no momento em que o foco, que costuma ser inteiramente voltado para o problema, é desviado para as características positivas dos praticantes. “Quando a visão dos pais muda, a criança fica muito mais motivada; ela se sente incentivada e percebe que tem capacidade de realizar muitas coisas”, analisa.
     A maioria dos objetivos propostos pela terapia pode ser atingida em cerca de quatro ou seis meses, com sessões realizadas semanalmente. Mas o psicólogo faz questão de frisar que a equoterapia não substitui outros tratamentos e sim ajuda, de uma forma lúdica, os praticantes a desenvolver vários aspectos físicos, psicológicos e emocionais.
     “Geralmente, as crianças que são alvo da atenção da equoterapia são aquelas portadoras de síndromes e que, portanto, apresentam uma multiplicidade de sintomas que exigem diferentes tratamentos. O que esta terapia propicia é uma perspectiva de melhora em setores como capacidade motora, cognitiva ou de aprendizagem e ainda em todos os aspectos capazes de fomentar o aumento da qualidade de vida. Embora existam expectativas de reabilitação, muito mais do que isso, a equoterapia promove ganhos motivacionais permanentes”, explica Sodré.
     O Centro de Equoterapia de Petrópolis foi inaugurado há cerca de um ano e hoje atende a 14 crianças e jovens, mas a capacidade atual de atendimento chega a 100 praticantes. Recentemente, a instituição lançou o Pape – Padrinho do Praticante de Equoterapia – um programa que permitirá a ampliação do acesso à equoterapia. “A idéia é sensibilizar a comunidade e empresários a custear o tratamento de uma criança. O investimento é de R$ 350,00 por mês e, desta forma, aumentaríamos o número de bolsistas”, afirma Sodré.      Além do psicólogo e da fisioterapeuta, integram a equipe a psicopedagoga Letícia Machado Guedes Sodré e a profissional de educação física Débora Mieko.

Centro de Equoterapia de Petrópolis
Telefone: (24) 2222.0162
fds68@yahoo.com.br

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